Embora discordando de alguns pontos do texto original (que pode ser visto aqui), fiz um pequeno resumo e algumas afirmações/questões.
Ao longo dos tempos temos passado por diferentes modelos de Estado.
Começámos com o Estado Feudal em que a figura do rei/imperador era principalmente simbólica, em que a autoridade se exercia localmente (barões, condes, etc). Com o passar do tempo o rei conseguiu impôr mais firmemente a sua vontade aos seus vassalos e, entrámos no Absolutismo, cujo ponto alto se deu na Revolução Francesa. Já após os conflitos entre constitucionalistas e absolutistas no século XIX entramos na era da democracia em que se abandona a ideia da figura soberana e se adopta a ideia de que o povo é soberano, que o Estado é seu servidor com todas as suas responsabilidades sociais.
Funções atribuídas anteriormente à família (ou igreja) - ajuda na doença, nos acidentes, no desemprego, na velhice - passam para o Estado e os cidadãos tornam-se dependentes deste Estado social que, tentando ser responsável, visa a ajuda e integração dos cidadãos mais fracos, menos favorecidos e menos sortudos.
Posteriormente entramos numa fase em que o Estado balança as suas contas tendo em conta o défice produzido e as ajudas europeias o que permite uma época de ideias igualitárias, decadentes, em cima do joelho e sem fundamento. Transmite-se a noção de que vivemos num país cor-de-rosa. Que, apesar das dívidas constantes, poucas são as mudanças porque as políticas europeias permitem esta folga e a população activa ainda é relativamente grande, o que permite que se assegurem os rendimentos mínimos e pensões aos mais desfavorecidos.
A longo prazo o país torna-se insustentável. O Estado vê-se obrigado a pedir ajuda ao estrangeiro transformando-se ele próprio num pedinte, num parasita. Sendo isto consequência do excessivo aumento de impostos, do excesso de dívida pública que se tornou crónica, do desincentivo à produção, do sentimento de bem-estar e 'deixa-andar' da classe média.
A consequência lógica que se pode tirar destes pontos é a perda de soberania nacional que tantas batalhas, conquistas e sangue derramado tinham assegurado até aqui. Os governantes estrangeiros passam a mandar, a defender os seus interesses e o de empresas e cidadãos dos seus países. O mais grave é que apesar de o Estado se sentir conquistado prefere este conforto de outros países que asseguram uma economia pequena em vez de tomar medidas de austeridade sérias que incidam no corte da despesa pública, no corte nas áreas estatais que dão despesa, no corte das grandes obras públicas, no investimento em empresas estrangeiras que queiram sitiar em Portugal, no apoio aos pequenos comerciantes de tantas baixas citadinas, no apoio responsável aos mais desfavorecidos, no corte do rendimento mínimo garantido a quem esteja desempregado há mais de um ano e que não se tenha formado entretanto em tantos centros de emprego...
A continuar desta forma o Estado social cai por terra, torna-se insustentável.
Recentemente foram muitos (e ainda são) os países à beira da bancarrota. Felizmente criou-se o Banco Central Europeu que actuou e actua como salvador, assegurando as dívidas desses países. Felizmente? Outra consequência lógica: os Estados-membros, ao saberem que seram ajudados em caso de dificuldade não vão fazer esforço absolutamente nenhum para controlar as suas contas. Pricipitando-me para a conclusão: sabe bem ser político num país a beira da bancarrota nos dias que correm. O sentimento de representatividade de um país há muito se desvaneceu, a protecção do povo é assegurada em forma de fachada, não por mérito do Estado claro que, agora, só olha para cima, para os interesses da UE e dos senhores do Banco Central. Estes últimos, sem ter sido disparado um único tiro, controlarão a maior parte dos países da união sendo que os seus membros serão maioritariamente dos países que mais tempo aguentaram - Inglaterra, Alemanha e França.
E, mesmo assim estaremos condenados. Com os apertos financeiros a taxa de natalidade baixa ainda mais, a populção activa decresce e a população sénior que trabalhou uma vida inteira aumenta exponencialmente. Torna-se insustentável assegurar as reformas e surgem tumúltos e revoltas por todo o lado. Os movimentos locais e regionais proliferam. O conflito, a estagnação e a opressão regressam.
Que soluções? Serão as políticas liberais capazes de reacender a economia?
Surgirão mais movimentos nacionalistas na tentativa de abrandarem ou mesmo pararem esta evolução?
Estará sequer este texto correcto em termos cronológicos?
A ver vamos...
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