John Cory, from Reader Supported News, does some simple maths about the war between the east and the west:
One man decided to set the world on fire. It didn't take much.
It took 19 men to kill 3,000 people on September 11, 2001.
It took a small lie to invade Afghanistan and one big lie to invade Iraq.
7 and 9 are the numbers of years of war.
6, 806 is the number of soldiers (US and NATO) killed in this endless war.
40,000 is the number of wounded soldiers.
320,000 plus is the estimated number of US troops suffering from PTSD and TBI.
1.3 million is the estimated number of Iraqi civilians who have died. No one knows the real number, but studies point to an average of 200,000 Iraqi deaths per year of war.
10,000 is the best estimate of Afghan civilians killed, so far.
Civilian wounded or maimed numbers are not really tracked, but carry high numeric guesswork, just like the estimated 4 million Iraqi and Afghan refugees who have sought escape from their homelands.
There are invisible and secret numbers before 9/11 and after 9/11 and the harm and sadness of those numbers will never be known in our lifetime, nor admitted to by those who refuse to believe anything prior to 9/11. It is a zero sum argument.
In 2001, I was in Saudi Arabia. My Arab friends were shocked and stunned into disbelief at the events of September 11th. From my Jordanian, Syrian, Egyptian and Saudi workmates and friends came condolences and heartfelt sympathy and empathy at the horror of that day. This was not Islam. This was not right or holy, they told me. And after a suitable period of mourning, we all sat down over tea and dates to discuss those secret invisible numbers that had piled up and then exploded on that September day.
In 2006, I was in Afghanistan when riots erupted from Kandahar to Kabul to Kunduz over the publication of a Danish cartoon disrespectful of the Prophet Muhammad, Peace Be Upon Him. Hundreds of people protested. Scores were injured, with fires and bullets everywhere in the streets.
But it was not only Afghanistan, it was also Somalia, Yemen, Thailand, Indonesia, Syria, Iran and other places.
One cartoon - a dozen countries - thousands upon thousands of protesting Muslims, and hundreds of injuries and deaths were the result.
50 people at the piously named Dove World Outreach Center intend to burn the sacred scriptures of 1.5 billion people and label them "evil" and despised by God.
What new numbers will be generated on the calculator of death and destruction by burning the Qu'ran?
9/11 is a number - A sacred number for us, and them, and the world of war.
One man and then another set the world on fire and millions continue to burn.
One or fifty - it wouldn't take much for -
-PEACE-
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Ainda sobre Sarkozy
Não posso estar mais de acordo com este post.
O Estado Social está a tornar-se insustentável e a França foi, de facto, o primeiro país a aperceber-se de tal situação e a implementar medidas, ainda que xenófobas. É certo que grande parte dos Portugueses não hesitaria em tomar partido de medidas semelhantes. Medidas essas que são indispensáveis para prevenir o colapso do Estado Social.
A fatia de população que depende de apoios sociais é grande. Muitas não têm qualquer alternativa, outras vivem 'bem' à custa de outros contribuintes e, sendo latinos de coração, estão bem assim. Falta motivação, falta uma política impulsionadora que chame os cidadãos a uma sociedade em movimento. Porque não o trabalho comunitário? Não se teria, assim, evitado que em 2010, 5 anos depois de grandes incêndios terem devastado o país, ardesse parte do único Parque Nacional do país?
Será impossível encontrar-se um equilíbrio entre trabalhadores da Função Pública e cidadãos sem emprego e a viver em dificuldades?
Nestes tempos em que somos obrigados a questionar as medidas sociais, falta, sobretudo, o exemplo de toda uma classe política que insiste na extravagância, no luxo, no snobismo político, na dicotomia nós e os outros, os contribuintes.
O Estado Social está a tornar-se insustentável e a França foi, de facto, o primeiro país a aperceber-se de tal situação e a implementar medidas, ainda que xenófobas. É certo que grande parte dos Portugueses não hesitaria em tomar partido de medidas semelhantes. Medidas essas que são indispensáveis para prevenir o colapso do Estado Social.
A fatia de população que depende de apoios sociais é grande. Muitas não têm qualquer alternativa, outras vivem 'bem' à custa de outros contribuintes e, sendo latinos de coração, estão bem assim. Falta motivação, falta uma política impulsionadora que chame os cidadãos a uma sociedade em movimento. Porque não o trabalho comunitário? Não se teria, assim, evitado que em 2010, 5 anos depois de grandes incêndios terem devastado o país, ardesse parte do único Parque Nacional do país?
Será impossível encontrar-se um equilíbrio entre trabalhadores da Função Pública e cidadãos sem emprego e a viver em dificuldades?
Nestes tempos em que somos obrigados a questionar as medidas sociais, falta, sobretudo, o exemplo de toda uma classe política que insiste na extravagância, no luxo, no snobismo político, na dicotomia nós e os outros, os contribuintes.
sábado, 4 de setembro de 2010
Casa Pia: Setembro 2002 - Setembro 2010
Chegou ao fim o demoroso e longo julgamento do processo Casa Pia.
As sentenças são:
- Carlos Cruz - 7 anos de prisão efectiva, provado que abusou de 3 menores;
- Carlos Silvino - 18 anos de prisão efectiva, principal suspeito e confessor;
- Hugo Marçal - 6 anos e dois meses de prisão efectiva, 2 menores;
- Manuel Abrantes - 5 anos e nove meses de prisão efectiva, 4 menores;
- Ferreira Diniz - 7 anos de prisão efectiva, 3 menores abusados;
- Jorge Ritto - 6 anos e oito meses de prisão efectiva;
- Gertrudes Nunes - absolvida, provado que recebeu dinheiro para que a sua casa de Elvas, fosse usada para os encontros com os menores.
Foram precisos 8 anos para dar como culpados 6 dos 7 arguidos. As penas são leves e tanta salganhada nos processos judiciais portugueses leva, invariavelmente, à perpetuação de crimes desta ideologia.
A Justiça está estagnada e corrompida. Basta dar uma vista de olhos no número de processos graves a serem analisados actualmente, muitos deles envolvendo o próprio primeiro-ministro. Basta ver o número de recursos apresentados por arguidos dados como culpados e que, uma vez mais, contribuem para esta lentidão inadmissível.
As sentenças são:
- Carlos Cruz - 7 anos de prisão efectiva, provado que abusou de 3 menores;
- Carlos Silvino - 18 anos de prisão efectiva, principal suspeito e confessor;
- Hugo Marçal - 6 anos e dois meses de prisão efectiva, 2 menores;
- Manuel Abrantes - 5 anos e nove meses de prisão efectiva, 4 menores;
- Ferreira Diniz - 7 anos de prisão efectiva, 3 menores abusados;
- Jorge Ritto - 6 anos e oito meses de prisão efectiva;
- Gertrudes Nunes - absolvida, provado que recebeu dinheiro para que a sua casa de Elvas, fosse usada para os encontros com os menores.
Foram precisos 8 anos para dar como culpados 6 dos 7 arguidos. As penas são leves e tanta salganhada nos processos judiciais portugueses leva, invariavelmente, à perpetuação de crimes desta ideologia.
A Justiça está estagnada e corrompida. Basta dar uma vista de olhos no número de processos graves a serem analisados actualmente, muitos deles envolvendo o próprio primeiro-ministro. Basta ver o número de recursos apresentados por arguidos dados como culpados e que, uma vez mais, contribuem para esta lentidão inadmissível.
sábado, 28 de agosto de 2010
A expulsão de Ciganos
Em consequência das recentes medidas anunciadas por Sarkozy, iniciou-se o repatriamento voluntário de ciganos (sobretudo Romenos e Búlgaros). A estas pessoas, em situação ilegal, foi dada uma ajuda de €300 mais €100 por criança, para que possam iniciar uma nova vida nos seus países de origem.
Nazismo? Estalinismo? Sim e não!
Sim, pelas razões invocadas pelo presidente francês. Ao atribuir, exclusivamente, a culpa de actos de violência e desordem pública a grupos minoritários (apesar de as estatísticas apontarem um maior número de pessoas destas nacionalidades), Sarkozy estigmatiza e discrimina um grupo étnico.
Não, porque, apesar da Roménia e da Bulgária serem estados-membros da UE, estes cidadãos encontram-se em situação ilegal, não estão inseridos em programas de integração na sociedade e não fazem parte do sistema jurídico e financeiro do país acolhedor.
Sendo duro, esta situação é o resultado de imigração livre, sem perspectivas, recursos, horizontes ou futuro. Em vez de se criarem instituições e organizações que promovam movimentos migratórios orientados, com objectivos, que preencham lacunas e empregos negados por cidadãos dos países acolhedores, enfim, que orientem a vida e dêem uma nova oportunidade a pessoas sem nada; vemos intermediários sem escrúpulos a enriquecer, fazendo entrar milhares de escravos em camionetas sem ar e barcos sobrelotados. Sanções ainda mais severas deveriam ser aplicadas a estes "libertadores", por prometerem uma vida utópica, por estarem directamente envolvidos na morte de muitas pessoas que padecem durante estas viagens angustiantes.
Em vez de se promover uma imigração consciente, em que os próprios países envolvidos, pudessem colaborar, trocar informações; vemos grandes centros urbanos serem invadidos por pedintes, delinquentes, sem-abrigo, crianças perdidas, sendo isto fruto de uma "esquerda" irresponsável que, ao promover tão aberta circulação de pessoas, não é capaz de lhes assegurar um emprego e vida condignos.
Muitas vezes, estes mesmos imigrantes, não tiveram outra opção. Fugiram de conflitos, de situações instáveis, de catástrofes naturais. Mas estes não devem ser considerados imigrantes. São refugiados que merecem toda a ajuda necessária, pelo menos até estarem reunidas as condições necessárias ao seu regresso.
Agora também, há que ser moderado. Cada caso é um caso. Não podem ser feitas generalizações. Não são os Romenos, ou os Búlgaros, ou os ciganos. Muitos deles fazem parte da sociedade em que se inseriram e não podem, em qualquer altura, ser discriminados, nem tratados de forma menos igual do que os seus concidadãos.
As coisas complicam-se quando os países envolvidos pertencem a uma União, dita, de livre circulação de pessoas e bens, e quando o lema da França inclui as palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Nazismo? Estalinismo? Sim e não!
Sim, pelas razões invocadas pelo presidente francês. Ao atribuir, exclusivamente, a culpa de actos de violência e desordem pública a grupos minoritários (apesar de as estatísticas apontarem um maior número de pessoas destas nacionalidades), Sarkozy estigmatiza e discrimina um grupo étnico.
Não, porque, apesar da Roménia e da Bulgária serem estados-membros da UE, estes cidadãos encontram-se em situação ilegal, não estão inseridos em programas de integração na sociedade e não fazem parte do sistema jurídico e financeiro do país acolhedor.
Sendo duro, esta situação é o resultado de imigração livre, sem perspectivas, recursos, horizontes ou futuro. Em vez de se criarem instituições e organizações que promovam movimentos migratórios orientados, com objectivos, que preencham lacunas e empregos negados por cidadãos dos países acolhedores, enfim, que orientem a vida e dêem uma nova oportunidade a pessoas sem nada; vemos intermediários sem escrúpulos a enriquecer, fazendo entrar milhares de escravos em camionetas sem ar e barcos sobrelotados. Sanções ainda mais severas deveriam ser aplicadas a estes "libertadores", por prometerem uma vida utópica, por estarem directamente envolvidos na morte de muitas pessoas que padecem durante estas viagens angustiantes.
Em vez de se promover uma imigração consciente, em que os próprios países envolvidos, pudessem colaborar, trocar informações; vemos grandes centros urbanos serem invadidos por pedintes, delinquentes, sem-abrigo, crianças perdidas, sendo isto fruto de uma "esquerda" irresponsável que, ao promover tão aberta circulação de pessoas, não é capaz de lhes assegurar um emprego e vida condignos.
Muitas vezes, estes mesmos imigrantes, não tiveram outra opção. Fugiram de conflitos, de situações instáveis, de catástrofes naturais. Mas estes não devem ser considerados imigrantes. São refugiados que merecem toda a ajuda necessária, pelo menos até estarem reunidas as condições necessárias ao seu regresso.
Agora também, há que ser moderado. Cada caso é um caso. Não podem ser feitas generalizações. Não são os Romenos, ou os Búlgaros, ou os ciganos. Muitos deles fazem parte da sociedade em que se inseriram e não podem, em qualquer altura, ser discriminados, nem tratados de forma menos igual do que os seus concidadãos.
As coisas complicam-se quando os países envolvidos pertencem a uma União, dita, de livre circulação de pessoas e bens, e quando o lema da França inclui as palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Life
What is life? A thing of dynamism, fragility, beauty, danger and evanescence, gushing forth from a single source, to be sure. But here the certainties end: what does it take to be alive? Are viruses and prions alive? How many branches are there on our tree? The harder we look, the more complexities we find. With the recent creation of synthetic bacteria (Mycoplasma laboratorium, seen issuing from its own domain) even the surety of a single common ancestor disappears into smoke.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Um passo atrás!
"Hospitais sem especialistas
Os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa, que integram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, não têm médicos especialistas nas escalas de serviço para assegurar as urgências internas no período diurno, das 08h00 às 20h00, nos dias úteis da semana."
Como forma de diminuir a despesa pública o governo decidiu cortar as escalas de médicos especialistas nas urgências durante o período diúrno. Obrigatoriamente um serviço de urgência tem duas equipas principais, uma de cirurgia - que recebe casos cirúrgicos, traumas, hemorragias - e uma de medicina interna que assegura os casos patológicos menos sensacionalistas, com menos sangue - infecções, problemas metabólicos, enfartes do miocárdio.
Dependendo da gravidade pode ou não ser necessária uma consulta pelo especialista, seja ele um Neurologista, um Otorrino, um Oftalmologista ou de uma outra área. O que acontecia até aqui é que estas especialidades estavam asseguradas nas escalas de urgência. Não todas mas as mais comuns. Cardiologia para enfartes graves do miocárdio. Neurologia para AVCs graves. Neurocirurgia para traumas graves na cabeça. Otorrinolaringologia para complicações de infecções respiratórias.
É óbvio que a manutenção destes profissionais nas urgências é dispendioso. No entanto se um paciente chegar às urgências com um destes casos graves, o que antes demorava uns míseros 5min a reunir a "equipa de ataque", agora pode demorar muito mais do que isso.
O médico especialista pode estar a meio de uma cirurgia programada e ter de abandoná-la para prestar uma urgência. Outro pode estar no meio de uma consulta externa e ter de atrasar os seus 50 doentes para dar um salto às urgências e ver outro, enquanto os primeiros já não vão jantar a casa porque o médico se atrasou num procedimento complicadíssimo que salvou a vida do segundo.
Não é ético. Dá a sensação de uma perda enorme de credibilidade dos profissionais de saúde. Eu pessoalmente não gostaria de ver o médico a sair do seu consultório quando a minha consulta estava marcada há vários meses. Em vez de progredirmos para uma maior qualidade dos serviços de saúde parece que se perdeu a noção das áreas certas onde proceder a tais cortes financeiros.
Nestes casos mais graves deveria haver uma avaliação pre-hospitalar ainda no veículo de transporte (ambulância, etc) de modo a evitar uma passagem pelas urgências centrais. O paciente seria assim encaminhado directamente para a unidade mais adequada à sua patologia, como por exemplo, para os cuidados intensivos da cardiologia, da neurologia, para o isolamento da infecciologia (falando nas admissões mais comuns e excluíndo a medicina interna).
Caso para dizer, se estiver prestes a ter um ataque de coração, espere só mais um bocadinho até as 20h!
Os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa, que integram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, não têm médicos especialistas nas escalas de serviço para assegurar as urgências internas no período diurno, das 08h00 às 20h00, nos dias úteis da semana."
Como forma de diminuir a despesa pública o governo decidiu cortar as escalas de médicos especialistas nas urgências durante o período diúrno. Obrigatoriamente um serviço de urgência tem duas equipas principais, uma de cirurgia - que recebe casos cirúrgicos, traumas, hemorragias - e uma de medicina interna que assegura os casos patológicos menos sensacionalistas, com menos sangue - infecções, problemas metabólicos, enfartes do miocárdio.
Dependendo da gravidade pode ou não ser necessária uma consulta pelo especialista, seja ele um Neurologista, um Otorrino, um Oftalmologista ou de uma outra área. O que acontecia até aqui é que estas especialidades estavam asseguradas nas escalas de urgência. Não todas mas as mais comuns. Cardiologia para enfartes graves do miocárdio. Neurologia para AVCs graves. Neurocirurgia para traumas graves na cabeça. Otorrinolaringologia para complicações de infecções respiratórias.
É óbvio que a manutenção destes profissionais nas urgências é dispendioso. No entanto se um paciente chegar às urgências com um destes casos graves, o que antes demorava uns míseros 5min a reunir a "equipa de ataque", agora pode demorar muito mais do que isso.
O médico especialista pode estar a meio de uma cirurgia programada e ter de abandoná-la para prestar uma urgência. Outro pode estar no meio de uma consulta externa e ter de atrasar os seus 50 doentes para dar um salto às urgências e ver outro, enquanto os primeiros já não vão jantar a casa porque o médico se atrasou num procedimento complicadíssimo que salvou a vida do segundo.
Não é ético. Dá a sensação de uma perda enorme de credibilidade dos profissionais de saúde. Eu pessoalmente não gostaria de ver o médico a sair do seu consultório quando a minha consulta estava marcada há vários meses. Em vez de progredirmos para uma maior qualidade dos serviços de saúde parece que se perdeu a noção das áreas certas onde proceder a tais cortes financeiros.
Nestes casos mais graves deveria haver uma avaliação pre-hospitalar ainda no veículo de transporte (ambulância, etc) de modo a evitar uma passagem pelas urgências centrais. O paciente seria assim encaminhado directamente para a unidade mais adequada à sua patologia, como por exemplo, para os cuidados intensivos da cardiologia, da neurologia, para o isolamento da infecciologia (falando nas admissões mais comuns e excluíndo a medicina interna).
Caso para dizer, se estiver prestes a ter um ataque de coração, espere só mais um bocadinho até as 20h!
Estará a Democracia condenada?!
Embora discordando de alguns pontos do texto original (que pode ser visto aqui), fiz um pequeno resumo e algumas afirmações/questões.
Ao longo dos tempos temos passado por diferentes modelos de Estado.
Começámos com o Estado Feudal em que a figura do rei/imperador era principalmente simbólica, em que a autoridade se exercia localmente (barões, condes, etc). Com o passar do tempo o rei conseguiu impôr mais firmemente a sua vontade aos seus vassalos e, entrámos no Absolutismo, cujo ponto alto se deu na Revolução Francesa. Já após os conflitos entre constitucionalistas e absolutistas no século XIX entramos na era da democracia em que se abandona a ideia da figura soberana e se adopta a ideia de que o povo é soberano, que o Estado é seu servidor com todas as suas responsabilidades sociais.
Funções atribuídas anteriormente à família (ou igreja) - ajuda na doença, nos acidentes, no desemprego, na velhice - passam para o Estado e os cidadãos tornam-se dependentes deste Estado social que, tentando ser responsável, visa a ajuda e integração dos cidadãos mais fracos, menos favorecidos e menos sortudos.
Posteriormente entramos numa fase em que o Estado balança as suas contas tendo em conta o défice produzido e as ajudas europeias o que permite uma época de ideias igualitárias, decadentes, em cima do joelho e sem fundamento. Transmite-se a noção de que vivemos num país cor-de-rosa. Que, apesar das dívidas constantes, poucas são as mudanças porque as políticas europeias permitem esta folga e a população activa ainda é relativamente grande, o que permite que se assegurem os rendimentos mínimos e pensões aos mais desfavorecidos.
A longo prazo o país torna-se insustentável. O Estado vê-se obrigado a pedir ajuda ao estrangeiro transformando-se ele próprio num pedinte, num parasita. Sendo isto consequência do excessivo aumento de impostos, do excesso de dívida pública que se tornou crónica, do desincentivo à produção, do sentimento de bem-estar e 'deixa-andar' da classe média.
A consequência lógica que se pode tirar destes pontos é a perda de soberania nacional que tantas batalhas, conquistas e sangue derramado tinham assegurado até aqui. Os governantes estrangeiros passam a mandar, a defender os seus interesses e o de empresas e cidadãos dos seus países. O mais grave é que apesar de o Estado se sentir conquistado prefere este conforto de outros países que asseguram uma economia pequena em vez de tomar medidas de austeridade sérias que incidam no corte da despesa pública, no corte nas áreas estatais que dão despesa, no corte das grandes obras públicas, no investimento em empresas estrangeiras que queiram sitiar em Portugal, no apoio aos pequenos comerciantes de tantas baixas citadinas, no apoio responsável aos mais desfavorecidos, no corte do rendimento mínimo garantido a quem esteja desempregado há mais de um ano e que não se tenha formado entretanto em tantos centros de emprego...
A continuar desta forma o Estado social cai por terra, torna-se insustentável.
Recentemente foram muitos (e ainda são) os países à beira da bancarrota. Felizmente criou-se o Banco Central Europeu que actuou e actua como salvador, assegurando as dívidas desses países. Felizmente? Outra consequência lógica: os Estados-membros, ao saberem que seram ajudados em caso de dificuldade não vão fazer esforço absolutamente nenhum para controlar as suas contas. Pricipitando-me para a conclusão: sabe bem ser político num país a beira da bancarrota nos dias que correm. O sentimento de representatividade de um país há muito se desvaneceu, a protecção do povo é assegurada em forma de fachada, não por mérito do Estado claro que, agora, só olha para cima, para os interesses da UE e dos senhores do Banco Central. Estes últimos, sem ter sido disparado um único tiro, controlarão a maior parte dos países da união sendo que os seus membros serão maioritariamente dos países que mais tempo aguentaram - Inglaterra, Alemanha e França.
E, mesmo assim estaremos condenados. Com os apertos financeiros a taxa de natalidade baixa ainda mais, a populção activa decresce e a população sénior que trabalhou uma vida inteira aumenta exponencialmente. Torna-se insustentável assegurar as reformas e surgem tumúltos e revoltas por todo o lado. Os movimentos locais e regionais proliferam. O conflito, a estagnação e a opressão regressam.
Que soluções? Serão as políticas liberais capazes de reacender a economia?
Surgirão mais movimentos nacionalistas na tentativa de abrandarem ou mesmo pararem esta evolução?
Estará sequer este texto correcto em termos cronológicos?
A ver vamos...
Ao longo dos tempos temos passado por diferentes modelos de Estado.
Começámos com o Estado Feudal em que a figura do rei/imperador era principalmente simbólica, em que a autoridade se exercia localmente (barões, condes, etc). Com o passar do tempo o rei conseguiu impôr mais firmemente a sua vontade aos seus vassalos e, entrámos no Absolutismo, cujo ponto alto se deu na Revolução Francesa. Já após os conflitos entre constitucionalistas e absolutistas no século XIX entramos na era da democracia em que se abandona a ideia da figura soberana e se adopta a ideia de que o povo é soberano, que o Estado é seu servidor com todas as suas responsabilidades sociais.
Funções atribuídas anteriormente à família (ou igreja) - ajuda na doença, nos acidentes, no desemprego, na velhice - passam para o Estado e os cidadãos tornam-se dependentes deste Estado social que, tentando ser responsável, visa a ajuda e integração dos cidadãos mais fracos, menos favorecidos e menos sortudos.
Posteriormente entramos numa fase em que o Estado balança as suas contas tendo em conta o défice produzido e as ajudas europeias o que permite uma época de ideias igualitárias, decadentes, em cima do joelho e sem fundamento. Transmite-se a noção de que vivemos num país cor-de-rosa. Que, apesar das dívidas constantes, poucas são as mudanças porque as políticas europeias permitem esta folga e a população activa ainda é relativamente grande, o que permite que se assegurem os rendimentos mínimos e pensões aos mais desfavorecidos.
A longo prazo o país torna-se insustentável. O Estado vê-se obrigado a pedir ajuda ao estrangeiro transformando-se ele próprio num pedinte, num parasita. Sendo isto consequência do excessivo aumento de impostos, do excesso de dívida pública que se tornou crónica, do desincentivo à produção, do sentimento de bem-estar e 'deixa-andar' da classe média.
A consequência lógica que se pode tirar destes pontos é a perda de soberania nacional que tantas batalhas, conquistas e sangue derramado tinham assegurado até aqui. Os governantes estrangeiros passam a mandar, a defender os seus interesses e o de empresas e cidadãos dos seus países. O mais grave é que apesar de o Estado se sentir conquistado prefere este conforto de outros países que asseguram uma economia pequena em vez de tomar medidas de austeridade sérias que incidam no corte da despesa pública, no corte nas áreas estatais que dão despesa, no corte das grandes obras públicas, no investimento em empresas estrangeiras que queiram sitiar em Portugal, no apoio aos pequenos comerciantes de tantas baixas citadinas, no apoio responsável aos mais desfavorecidos, no corte do rendimento mínimo garantido a quem esteja desempregado há mais de um ano e que não se tenha formado entretanto em tantos centros de emprego...
A continuar desta forma o Estado social cai por terra, torna-se insustentável.
Recentemente foram muitos (e ainda são) os países à beira da bancarrota. Felizmente criou-se o Banco Central Europeu que actuou e actua como salvador, assegurando as dívidas desses países. Felizmente? Outra consequência lógica: os Estados-membros, ao saberem que seram ajudados em caso de dificuldade não vão fazer esforço absolutamente nenhum para controlar as suas contas. Pricipitando-me para a conclusão: sabe bem ser político num país a beira da bancarrota nos dias que correm. O sentimento de representatividade de um país há muito se desvaneceu, a protecção do povo é assegurada em forma de fachada, não por mérito do Estado claro que, agora, só olha para cima, para os interesses da UE e dos senhores do Banco Central. Estes últimos, sem ter sido disparado um único tiro, controlarão a maior parte dos países da união sendo que os seus membros serão maioritariamente dos países que mais tempo aguentaram - Inglaterra, Alemanha e França.
E, mesmo assim estaremos condenados. Com os apertos financeiros a taxa de natalidade baixa ainda mais, a populção activa decresce e a população sénior que trabalhou uma vida inteira aumenta exponencialmente. Torna-se insustentável assegurar as reformas e surgem tumúltos e revoltas por todo o lado. Os movimentos locais e regionais proliferam. O conflito, a estagnação e a opressão regressam.
Que soluções? Serão as políticas liberais capazes de reacender a economia?
Surgirão mais movimentos nacionalistas na tentativa de abrandarem ou mesmo pararem esta evolução?
Estará sequer este texto correcto em termos cronológicos?
A ver vamos...
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Conjoined Twins Krista and Tatiana
Tatiana and Krista Hogan were born on October 25, 2006 in Canada. They are craniophagus fused on the back and sides. The operation to separate them was a priority but, unfortunately it is impossible. The majority of the blood supply of Krista's brain comes from Tatiana's heart, who started to suffer from hypertrophic cardiomyopathy. The challenges posed by these twins do not end here!
At the age of 4 months they underwent a CT-scan which shown a "medical marvel". They have independent brainstems (separate vital functions) but they share some brain matter and furthermore, they share the same thalamus!
This means that the sensory inputs of Tatiana can be felt by Krista and vice-versa. When we tickle Tatiana, Krista also giggles.
National Geographic Channel made a documentary about them called "The Twins Who Share a Brain" and I gathered this information from there. Watch it!
These might be the only twins on the world that are sharing neurological connections. The limits of these synapses are far away from what we can imagine. Because of this sharing, the twins are able to "see" through each other eyes. The visual information is received by the common thalamus and then it is sent to both visual cortices. Further tests were able to conclude that the "brain of one twin records signals from the other's visual field". When Tatiana is "looking" throught Krista's eyes, her own eyes show nystagmoid movements, according to their mother Filicia.
Are they also sharing thoughts? Can they see each other thoughts?
Those are scary questions and I am sure that more discoveries will be made from them. Unfortunately, despite they are having a normal but much slower development, Tatiana's heart will eventually get too tired in the following years.
You can see some pictures of these prodigious babies at http://www.shareordie.in/the-conjoined-twins-krista-and-tatiana/ and a small video at http://abcnews.go.com/Nightline/video/conjoined-twins-medical-10915371.
The sky is the limit!
At the age of 4 months they underwent a CT-scan which shown a "medical marvel". They have independent brainstems (separate vital functions) but they share some brain matter and furthermore, they share the same thalamus!
This means that the sensory inputs of Tatiana can be felt by Krista and vice-versa. When we tickle Tatiana, Krista also giggles.
National Geographic Channel made a documentary about them called "The Twins Who Share a Brain" and I gathered this information from there. Watch it!
These might be the only twins on the world that are sharing neurological connections. The limits of these synapses are far away from what we can imagine. Because of this sharing, the twins are able to "see" through each other eyes. The visual information is received by the common thalamus and then it is sent to both visual cortices. Further tests were able to conclude that the "brain of one twin records signals from the other's visual field". When Tatiana is "looking" throught Krista's eyes, her own eyes show nystagmoid movements, according to their mother Filicia.
Are they also sharing thoughts? Can they see each other thoughts?
Those are scary questions and I am sure that more discoveries will be made from them. Unfortunately, despite they are having a normal but much slower development, Tatiana's heart will eventually get too tired in the following years.
You can see some pictures of these prodigious babies at http://www.shareordie.in/the-conjoined-twins-krista-and-tatiana/ and a small video at http://abcnews.go.com/Nightline/video/conjoined-twins-medical-10915371.
The sky is the limit!
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Carnival costumes
Throughout Europe the debate about the Burqa and Niqab is being surpassed by the direct action of governments to forbid their use. It is forbidden in France and Belgium. Some debate is now starting in Italy, Netherlands, Spain, Austria and Switzerland with the aim of the banning.
Sarkozy, affirmed "In our country, we cannot accept that women be prisoners behind a screen, cut off from all social life, deprived of all identity". This is also the reasons alleged by people who defend the banning.
I am no expert in religion and as written in previous posts it is hard for me to speak about it. Nonetheless these reasons do not make sense to me. They go against the freedom of people to live and express themselves as they want. If we forbid the use of a vestment that covers the whole body, why not to forbid also all the carnival disguises in that particular time of the year?!
One can say that these women are prisoners of their selfish husbands. I doubt (and i just doubt) that this can be generalized. Measures have to be taken against those men (the harasser) and not against the women (the victims).
Treating the problem the right way is always more difficult than suppress/forbid/discriminate.
Sarkozy, affirmed "In our country, we cannot accept that women be prisoners behind a screen, cut off from all social life, deprived of all identity". This is also the reasons alleged by people who defend the banning.
I am no expert in religion and as written in previous posts it is hard for me to speak about it. Nonetheless these reasons do not make sense to me. They go against the freedom of people to live and express themselves as they want. If we forbid the use of a vestment that covers the whole body, why not to forbid also all the carnival disguises in that particular time of the year?!
One can say that these women are prisoners of their selfish husbands. I doubt (and i just doubt) that this can be generalized. Measures have to be taken against those men (the harasser) and not against the women (the victims).
Treating the problem the right way is always more difficult than suppress/forbid/discriminate.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Sempre os mesmos!
Nada muda... Tudo fica!
Os mesmos nomes, cargos diferentes...
Os favores que se ficam a dever em tempo de eleições e que são depois pagos mais tarde...
Os mais velhos recordam os tempos em que "as pessoas eram avaliadas pelo que sabiam, não pelo que tinham; pelos livros que liam, não pelos autógrafos desenhados na primeira página de um livro nunca aberto; pela experiência de vida". Nos pilares da democracia as pessoas eram avaliadas pelo esforço individual, pelo mérito, pelo conhecimento, pela cultura, por todo um curriculum acumulado ao longo de uma vida.
Hoje em dia valoriza-se a esperteza, a rapidez com que se enriquece, com que se engana o próximo sem ser apanhado... Exigem-se os subsídios estatais como se se tratassem de meras obrigações e depois quem os recebe nem sequer os investe nas áreas que compete, no desenvolvimento, na prevenção de tornar a acontecer mas sim em bens materiais do momento, da nossa época, nos plasmas, no carro novo, nos óculos de sol e roupas de marca...
As pessoas encostam-se ao rendimento mínimo garantido. Rende mais não trabalhar. Num país onde se combate a crise (o que é a crise?!) com um aumento de impostos e com a introdução de portagens em acessos vitais ao desenvolvimento em vez da redução da despesa pública, dos ordenados e regalias dos deputados, do cancelamento das grandes obras públicas.
Entrámos num ciclo vicioso sem retorno. Como podemos mudar esta mentalidade do "deixa-andar" quando os próprios políticos não dão o exemplo?! Há muito que os valores essenciais da política e o sentimento de se estar a lutar pelo desenvolvimento de um país melhor em prol da população que nele habita, se desvanceram.
Um bom político, tal como as pessoas de outros tempos, deixou de ser avaliado pela sua experiência e conhecimento e passou a ter o dom da palavra, do fala-barato que consegue convencer um grande público e um certo número de investidores a suportarem as campanhas eleitorais. O "poder" é agora a palavra-chave, a "quintinha" de uns quantos que fazem "favores" uns aos outros, que se fecham nesta especíe de legião, de clube nocturno.
Vamos a factos:
- Manuel Pinho, ex-ministro da economia, que protagonizou o célebre par de chifres, é agora presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (um economista num cargo cultural).
- Mário Lino, ex-ministro das obras públicas, que ficou conhecido pela afirmação relativa ao deserto que é a margem sul do Tejo, tem agora um cargo no Conselho Fiscal da área de seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (Mário Lino é licenciado em Engenharia Civil).
- Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da educação, que reformou numa altura que era preciso reformar mas de maneira desajeitada (para poupar críticas mais duras), é agora presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (sendo que é doutorada em Sociologia).
- Castro Guerra, ex-secretário de Estado da Indústria e da Inovação é agora presidente da gigante Cimpor.
- Filipe Baptista, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro chegou a administrador da Anacom.
- Finalmente, Ascenso Simões, ex-secretário de Estado das Florestas adquiriu o cargo de administrador da Entidade Reguladora do Sector Energético.
O que têm estes ex-políticos em comum? Fizeram todos parte do anterior governo PS. Numa altura de contenção, em que a selecção das melhores pessoas para os melhores cargos é imprescíndivel, de modo a optimizar os recursos o governo escolhe os "amigos", os "conhecidos" a quem deve favores. O ciclo perpétua-se.
A esperteza reina! A "fachada" da aparência impera!
Os museus, as bibliotecas, as livrarias, os teatros estão vazios.
Os centros comerciais, os carros, os apartamentos de luxo, os restaurantes caros, esses... esses estão sempre a abarrotar!
Esta crise não é, portanto, uma crise meramente económica. Nem a economia o ponto mais afectado, mesmo com estes grandes lobbies. É, sobretudo, uma crise enorme de valores, valores morais, uma crise de prioridades, uma crise de reflexão, em que o povo, apesar de revoltado apenas olha para o sistema com o intuito de o contornar e não de uma perspectiva exterior com o objectivo de ver o que, realmente, se passa.
baseado no Editorial da revista SÁBADO e no artigo "Quem és tu? Ninguém" de Maria João Lopo Carvalho"
Os mesmos nomes, cargos diferentes...
Os favores que se ficam a dever em tempo de eleições e que são depois pagos mais tarde...
Os mais velhos recordam os tempos em que "as pessoas eram avaliadas pelo que sabiam, não pelo que tinham; pelos livros que liam, não pelos autógrafos desenhados na primeira página de um livro nunca aberto; pela experiência de vida". Nos pilares da democracia as pessoas eram avaliadas pelo esforço individual, pelo mérito, pelo conhecimento, pela cultura, por todo um curriculum acumulado ao longo de uma vida.
Hoje em dia valoriza-se a esperteza, a rapidez com que se enriquece, com que se engana o próximo sem ser apanhado... Exigem-se os subsídios estatais como se se tratassem de meras obrigações e depois quem os recebe nem sequer os investe nas áreas que compete, no desenvolvimento, na prevenção de tornar a acontecer mas sim em bens materiais do momento, da nossa época, nos plasmas, no carro novo, nos óculos de sol e roupas de marca...
As pessoas encostam-se ao rendimento mínimo garantido. Rende mais não trabalhar. Num país onde se combate a crise (o que é a crise?!) com um aumento de impostos e com a introdução de portagens em acessos vitais ao desenvolvimento em vez da redução da despesa pública, dos ordenados e regalias dos deputados, do cancelamento das grandes obras públicas.
Entrámos num ciclo vicioso sem retorno. Como podemos mudar esta mentalidade do "deixa-andar" quando os próprios políticos não dão o exemplo?! Há muito que os valores essenciais da política e o sentimento de se estar a lutar pelo desenvolvimento de um país melhor em prol da população que nele habita, se desvanceram.
Um bom político, tal como as pessoas de outros tempos, deixou de ser avaliado pela sua experiência e conhecimento e passou a ter o dom da palavra, do fala-barato que consegue convencer um grande público e um certo número de investidores a suportarem as campanhas eleitorais. O "poder" é agora a palavra-chave, a "quintinha" de uns quantos que fazem "favores" uns aos outros, que se fecham nesta especíe de legião, de clube nocturno.
Vamos a factos:
- Manuel Pinho, ex-ministro da economia, que protagonizou o célebre par de chifres, é agora presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (um economista num cargo cultural).
- Mário Lino, ex-ministro das obras públicas, que ficou conhecido pela afirmação relativa ao deserto que é a margem sul do Tejo, tem agora um cargo no Conselho Fiscal da área de seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (Mário Lino é licenciado em Engenharia Civil).
- Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da educação, que reformou numa altura que era preciso reformar mas de maneira desajeitada (para poupar críticas mais duras), é agora presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (sendo que é doutorada em Sociologia).
- Castro Guerra, ex-secretário de Estado da Indústria e da Inovação é agora presidente da gigante Cimpor.
- Filipe Baptista, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro chegou a administrador da Anacom.
- Finalmente, Ascenso Simões, ex-secretário de Estado das Florestas adquiriu o cargo de administrador da Entidade Reguladora do Sector Energético.
O que têm estes ex-políticos em comum? Fizeram todos parte do anterior governo PS. Numa altura de contenção, em que a selecção das melhores pessoas para os melhores cargos é imprescíndivel, de modo a optimizar os recursos o governo escolhe os "amigos", os "conhecidos" a quem deve favores. O ciclo perpétua-se.
A esperteza reina! A "fachada" da aparência impera!
Os museus, as bibliotecas, as livrarias, os teatros estão vazios.
Os centros comerciais, os carros, os apartamentos de luxo, os restaurantes caros, esses... esses estão sempre a abarrotar!
Esta crise não é, portanto, uma crise meramente económica. Nem a economia o ponto mais afectado, mesmo com estes grandes lobbies. É, sobretudo, uma crise enorme de valores, valores morais, uma crise de prioridades, uma crise de reflexão, em que o povo, apesar de revoltado apenas olha para o sistema com o intuito de o contornar e não de uma perspectiva exterior com o objectivo de ver o que, realmente, se passa.
baseado no Editorial da revista SÁBADO e no artigo "Quem és tu? Ninguém" de Maria João Lopo Carvalho"
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Uma nova Bélgica?
Numa altura de grande contenção económica por toda a UE, eis que num país com pouco mais de 11 milhões de habitantes e uma área de 92090km2 começam reboliços populares (e não só) que visam a procura do conflito entre as regiões do Norte e as do Sul de Portugal.
À margem da Constituição Portuguesa um grupo de pessoas está a tentar formar um partido político para defender unica e exclusivamente os interesses de uma determinada região de um país: "O movimento Pró-Partido do Norte está a ser formado com o objectivo de formar um partido político do Norte através do qual a região tenha uma voz e uma representação a nível nacional" (in JN).
A Constituição é bem explícita quanto à formação deste tipo de partidos. Segundo o 4º parágrafo do Artigo 51 "Não podem constituir-se partidos que, pela sua designação ou pelos seus objectivos programáticos, tenham índole ou âmbito regional".
Passadas as questões legais que impedem tamanho disparate, não esqueçamos que vivemos num País em que toda e qualquer lei pode ser posta em causa sendo que os elementos que constituem este movimento ainda não partidário já apelaram à revisão e revogação deste Artigo de um dos únicos documentos oficiais que ainda dignificam Portugal.
Os nortenhos sentem-se discriminados em relação aos mouros! Nós todos que somos Portugueses, que deveríamos defender as mesmas causas, os meus objectivos, sempre com o fim de nos tornarmos um país mais competitivo, com maior voz de expressão.
Vejamos porquê:
O que salta já à vista são as SCUT que deixaram de as ser. É verdade que a maior parte destas auto-estradas localiza-se no norte do país. É também verdade que a Via do Infante no Algarve não tem alternativas viáveis e a implementação de portagens aqui significaria o regresso ao enorme tráfego numa estrada que já foi a mais mortífera do país (EN 125). O mesmo se aplica com a A23 que liga Torres Novas à Guarda e à A24 que liga Viseu a Chaves (curiosamente esta está situada no território norte do país e não se perspectiva a introdução de portagens).
É impensável a taxação destas últimas duas auto-estradas (A23 e A24) por fazerem a ligação ao interior do país. A introdução de portagens nestas vias significaria uma exclusão ainda maior destas áreas pobres do país que estão a recuperar alguma riqueza com o investimento e estabelecimento de muitas empresas que viram as potenciais vantagens oferecidas (menos impostos, auto-estradas sem custos adicionais).
Claro que ninguém deseja ver uma infra-estrutura nova, do Estado, tornar-se paga! Ainda para mais quando pertence ao Estado e a sua construção saiu do bolso de cada contribuinte. Estamos todos de acordo neste ponto mas temos formas diferentes de defender a não introdução das portagens. Os nortenhos decidiram que seria a altura ideal de se rebaixarem perante Lisboa e falar em palavras fortes como "discriminação".
Um país tão pequeno deveria estar de braços dados e não a separar-se ainda mais. Infelizmente em Portugal toda a gente fala no que lhe convém e interessa e não no bem comum para uma sociedade.
A reflexão sobre as portagens já vai longa.
Há dias, enquanto fazia zapping no leque de canais cada vez mais alargado oferecido pelas inúmeras empresas de televisão por cabo, parei uns minutos no Porto Canal, que nem sabia da sua existência. Estavam a transmitir a meteorologia para o próximo dia mas apenas na região norte do país, na Madeira, nos Açores e também nas principais cidades europeias. Sendo um canal privado, o conteúdo e escolha da transmissão é da inteira responsabilidade do próprio mas, porquê lançar mais combustível na fogueira?! Mais uma vez lembremo-nos que estamos na ponta mais ocidental da UE, um dos mais pequenos do mundo (109º maior país do mundo em termos de área geográfica), com uma população pequena e que deveria estar a juntar ideias e políticas de modo a tornar-se 'maior' e mais competitivo.
Num país com uma área tão pequena e uma economia tão mediana, fará sentido falar-se em regionalização? Em vez desta medida extrema o que deveria estar a ser mudado são o número e limites geográficos de freguesias e concelhos. Precisamos de uma reestruturação ao nível das autarquias. Temos sedes de concelho com menos habitantes do que vilas do mesmo concelho, temos populações separadas por limites de freguesias, freguesias sem ninguém e com uma área demasiado pequena, freguesias com muitos habitantes e áreas enormes...
Estará Portugal a tornar-se uma nova Bélgica, ainda que por motivos diferentes?
Encontrarão algum consenso os Portugueses do norte e os do sul?
À margem da Constituição Portuguesa um grupo de pessoas está a tentar formar um partido político para defender unica e exclusivamente os interesses de uma determinada região de um país: "O movimento Pró-Partido do Norte está a ser formado com o objectivo de formar um partido político do Norte através do qual a região tenha uma voz e uma representação a nível nacional" (in JN).
A Constituição é bem explícita quanto à formação deste tipo de partidos. Segundo o 4º parágrafo do Artigo 51 "Não podem constituir-se partidos que, pela sua designação ou pelos seus objectivos programáticos, tenham índole ou âmbito regional".
Passadas as questões legais que impedem tamanho disparate, não esqueçamos que vivemos num País em que toda e qualquer lei pode ser posta em causa sendo que os elementos que constituem este movimento ainda não partidário já apelaram à revisão e revogação deste Artigo de um dos únicos documentos oficiais que ainda dignificam Portugal.
Os nortenhos sentem-se discriminados em relação aos mouros! Nós todos que somos Portugueses, que deveríamos defender as mesmas causas, os meus objectivos, sempre com o fim de nos tornarmos um país mais competitivo, com maior voz de expressão.
Vejamos porquê:
O que salta já à vista são as SCUT que deixaram de as ser. É verdade que a maior parte destas auto-estradas localiza-se no norte do país. É também verdade que a Via do Infante no Algarve não tem alternativas viáveis e a implementação de portagens aqui significaria o regresso ao enorme tráfego numa estrada que já foi a mais mortífera do país (EN 125). O mesmo se aplica com a A23 que liga Torres Novas à Guarda e à A24 que liga Viseu a Chaves (curiosamente esta está situada no território norte do país e não se perspectiva a introdução de portagens).
É impensável a taxação destas últimas duas auto-estradas (A23 e A24) por fazerem a ligação ao interior do país. A introdução de portagens nestas vias significaria uma exclusão ainda maior destas áreas pobres do país que estão a recuperar alguma riqueza com o investimento e estabelecimento de muitas empresas que viram as potenciais vantagens oferecidas (menos impostos, auto-estradas sem custos adicionais).
Claro que ninguém deseja ver uma infra-estrutura nova, do Estado, tornar-se paga! Ainda para mais quando pertence ao Estado e a sua construção saiu do bolso de cada contribuinte. Estamos todos de acordo neste ponto mas temos formas diferentes de defender a não introdução das portagens. Os nortenhos decidiram que seria a altura ideal de se rebaixarem perante Lisboa e falar em palavras fortes como "discriminação".
Um país tão pequeno deveria estar de braços dados e não a separar-se ainda mais. Infelizmente em Portugal toda a gente fala no que lhe convém e interessa e não no bem comum para uma sociedade.
A reflexão sobre as portagens já vai longa.
Há dias, enquanto fazia zapping no leque de canais cada vez mais alargado oferecido pelas inúmeras empresas de televisão por cabo, parei uns minutos no Porto Canal, que nem sabia da sua existência. Estavam a transmitir a meteorologia para o próximo dia mas apenas na região norte do país, na Madeira, nos Açores e também nas principais cidades europeias. Sendo um canal privado, o conteúdo e escolha da transmissão é da inteira responsabilidade do próprio mas, porquê lançar mais combustível na fogueira?! Mais uma vez lembremo-nos que estamos na ponta mais ocidental da UE, um dos mais pequenos do mundo (109º maior país do mundo em termos de área geográfica), com uma população pequena e que deveria estar a juntar ideias e políticas de modo a tornar-se 'maior' e mais competitivo.
Num país com uma área tão pequena e uma economia tão mediana, fará sentido falar-se em regionalização? Em vez desta medida extrema o que deveria estar a ser mudado são o número e limites geográficos de freguesias e concelhos. Precisamos de uma reestruturação ao nível das autarquias. Temos sedes de concelho com menos habitantes do que vilas do mesmo concelho, temos populações separadas por limites de freguesias, freguesias sem ninguém e com uma área demasiado pequena, freguesias com muitos habitantes e áreas enormes...
Estará Portugal a tornar-se uma nova Bélgica, ainda que por motivos diferentes?
Encontrarão algum consenso os Portugueses do norte e os do sul?
domingo, 24 de janeiro de 2010
The society of numbers
"Conventions and traditions, I suppose, work blindly but surely for the preservation of the normal type, for the extinction of proud, resolute and unusual individuals... Society must go on, I suppose, and society can only exist if the normal, if the virtuous, and the slightly deceitful flourish, and if the passionate, the headstrong, and the too-truthful are condemned to suicide and madness. Yes, society must go on, it must breed, like rabbits. That is what we are here for... But, at any rate, there is always Leonora to cheer you up, I don't want to sadden you. Her husband is quite an economical person of so normal figure that he can get quite a large proportion of his clothes ready-made. That is the great desideratum of life..."
Ford Maddox Ford 1915 The Good Soldier
Ford Maddox Ford 1915 The Good Soldier
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